top of page

Já em 1713 Carlowitz afirmou “O desmatamento só poderá ser praticado na mesma proporção em que o bosque se recrie naturalmente ou é reflorestado para que haja um aproveitamento contínuo, estável e sustentável”. Nos parece tão lógica a noção de que os recursos são finitos e, no entanto, esse conceito ainda parece não ter relação com a nossa vida cotidiana.

 

Em primeiro lugar, isso acontece porque o mundo é movido a dinheiro. Pagamos pela luz, água, eletricidade, comida e acreditamos que teremos tudo o que necessitarmos se pudermos comprar. Apenas nos momentos de racionamento, por exemplo, é que entendemos que a água que a SABESP vende vem de algum lugar e que a sua disponibilidade depende de fenômenos naturais. Então nos preocupamos, economizamos, construimos poços artesianos (possivelmente criando outro problema a partir da solução) e quando a crise passa, esquecemos do assunto. Até que aconteça novamente.

 

Assim como não sabemos de onde vêm os recursos que utilizamos, dificilmente sabemos de onde vêm as coisas que compramos (como elas são produzidas) e para onde elas vão (o que acontece com o que jogamos no lixo), como se a existência dos objetos se resumisse ao momento em que elas são propriedade; como se magicamente elas aparecessem nas vitrines e desaparecessem no lixo. Nascemos e crescemos em um sistema. Desde pequenos, nos dizem "como a vida é" e aprendemos a pensar e a agir de acordo com a nossa sociedade. As pessoas andam de carro, a comida é comprada no supermercado, damos as roupas que não usamos mais para os mais pobres... Fazemos, em geral, aquilo que nos ensinaram que é o correto e, se tivermos sorte, teremos experiências e conheceremos pessoas que nos levarão a questionar (em diferentes graus) tudo o que nos foi dado como "certo". 

 

Há muitos séculos a Humanidade, calcada na abundância e na capacidade regenerativa da natureza, tem explorado recursos em nome do desenvolvimento. O chamado "progresso" nos levou a novas descobertas e à criação de soluções em diversos âmbitos e, ao mesmo tempo, gerou novas necessidades e problemas. Com o crescimento da industrialização, a produtividade do ser humano se viu multiplicada - e com ela, sua capacidade de destruição. Por muitos anos ignoramos as consequências de nossos atos, mas cada vez fica mais clara a inviabilidade desse sistema produtivo - daí a popularidade do termo "sustentabilidade" nos últimos anos.

  

Passei muitos anos revoltada com os problemas do mundo e, ao mesmo tempo, me sentindo impotente, até que decidi focar em soluções. Como disse Gandhi, “Você deve ser a mudança que você quer para o mundo”. Acredito que é muito melhor questionar quando temos uma alternativa na manga. Pouco a pouco vou caminhando e decidi criar este espaço para compartilhar minhas descobertas - e aprender com quem quiser comentar.

Produtos de limpeza

Sust.

O termo sustentabilidade apareceu impresso pela primeira vez em 1713*, na obra de um alemão (diretor de uma mineradora) sobre silvicultura, criada a partir de sua preocupação com o uso da madeira e sua futura disponibilidade. Porém, podemos dizer que foi apenas a partir da ECO92 que o substantivo ganhou a popularidade que tem hoje.

* texto sobre a origem da palavra 

bottom of page