Nueva Antologia Personal
Autor: Jorge Luís Borges (1899 - 1986), escritor argentino.
Gênero: Poesia, prosa, crônicas, ensaios. Literatura fantástica.
Ano: 1968

Encontrei este livro em um sebo em Buenos Aires e me pareceu uma boa oportunidade para ter uma noção geral do trabalho de Borges, já que se trata de uma compilação de suas obras mais importantes (aquelas escolhidas pelo tempo, como ele diz). Acerca desta seleção, o autor afirma: "Ojalá las paginas que he elegido prosigan su intrincado destino en la consciência del lector. Mis temas habituales están en ellas: la perplejidad metafisica, los muertos que perduran en mí, la germanística, el lenguaje, la patria, la paradójica suerte de los poetas". (p. 08).
Gosto muito da forma como o autor mistura realidade e ficção, criando um ambiente fantástico e único. Seus textos estão cheios de referências, demonstrando o conhecimento literário que ele tinha. Em nenhum momento senti que a leitura se tornou maçante ou pesada e algumas vezes essas referências foram como pistas que me levaram a conhecer outros livros e autores, ampliando meu universo literário.
Lendo a nota sobre o autor vim a saber que ele fez parte do ultraísmo, movimento estritamente literário que nasceu no início do século XX em oposição ao modernismo (e do qual eu não recordo ter ouvido falar antes), cujos objetivos eram o uso da metáforas e imagens chocantes e ilógicas, abolição dos trabalhos ornamentais e da rima, entre outros. Esse dado me fez pensar que o estilo de Borges poderia estar inscrito em um movimento maior.
Alguns trechos do livro
“Sospecho que un autor debe intervenir lo menos posible en la elaboración de su obra. Debe tratar de ser un amanuense del Espírito o de la Musa (ambas palabras son sinónimas), no de sus opiniones, que son lo más superficial que hay en él” (p. 08)
“El hoy fugaz es tenue y es eterno; otro Cielo no esperes, ni otro Infierno.” (“El instante”, pg. 44)
“Un laberinto es una casa labrada para confundir a los hombres; su arquitectura, pródiga en simetrías, está subordinada a ese fin. En el palacio que imperfectamente exploré, la arquitectura carecía de fin. Abundaban el corredor sin salida, la alta ventana inalcanzable, la aparatosa puerta que daba a una celda o a un pozo, las increíbles escaleras inversas, con los peldaños y la balaustrada hacia abajo.” ("El imortal", p.152)
“Palabras, palabras desplazadas y mutiladas, palabras de otros, fue la pobre limosna que le dejaron las horas y los siglos.” ("El imortal", p. 163)