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A arte cavalheiresca do arqueiro zen

Autor: Eugen Herrigel (1884 - 1955), filósofo alemão.

Gênero: Budismo, biografia.

Ano: 1949

A arte cavalheiresca do arqueiro zen

Quando eu estava na universidade, minha professora de psicopatologia indicou dois livros para leitura, sendo este um deles. Na época só li o outro (já que para a prova era possível escolher apenas um), e o "A arte cavalheiresca do arqueiro zen" permaneceu intocado na estante por longos anos, até que eu decidisse leva-lo numa viagem, devido a seu diminuto tamanho. A verdade é que o nome não me atraía muito, porque me remetia a uma espécie de código de conduta e regras de outros tempos.   

O livro efetivamente trata disso, mas os ensinamentos que ele traz ainda são valiosos nos dias de hoje. Com uma escrita bastante fluida, Herrigel compartilha sua aventura espiritual no Japão, onde foi lecionar filosofia durante seis anos e onde se dedicou ao aprendizado da arquearia com um mestre Zen-budista. Em um tempo no qual a cultura oriental era bem menos conhecida no ocidente, o livro apresenta esse embate entre duas maneiras de ser completamente distintas. De um lado, o raciocínio, a lógica, os argumentos e as palavras. De outro, a experiência, a transcendência do ego, a consciência cotidiana, o silêncio. 

 

Algumas vezes em minha vida, principalmente ao meditar ou nadar no mar, tive a sensação de estar em plena conexão com as coisas ao redor, de simplesmente ser, por alguns segundos. Ler sobre a experiência de Herrigel me fez aprender mais sobre a filosofia zen e descobrir que existe um conhecimento milenar que não só descreve este estado (que é bem difícil de colocar em palavras) como também oferece ensinamentos sobre como atingi-lo. Claro que entre entender e viver existe um imenso abismo e é por isso que o aprendizado só acontece realmente através da prática (no caso de Herrigel, através do arco e flecha). Ainda assim, vale a pena acompanhar essa jornada e perceber como a vida pode ser diferente quando ultrapassamos os limites do ego.

 

Alguns trechos do livro

 

"O homem é definido como um ser pensante, mas suas grandes obras se realizam quando não pensa e não calcula." (p.12, frase de T. Suzuki). 

“ Como se pode espiritualizar a habilidade? Como se converter o domínio soberano da técnica na arte magistral da espada? A resposta é: o discípulo só progredirá se se desprender de toda a intenção e do seu próprio eu. Ele tem que atingir um estágio no qual se desprenda não só do adversário, mas de si mesmo. E tem que superar a etapa em que se encontra, deixando-a para trás, sob o risco de fracassar irreversivelmente”. (p. 83)

 

“Como o principiante, ele não conhece o medo, mas ao contrário do discípulo, torna-se cada vez mais completamente indiferente a tudo o que possa amedrontá-lo”. (p. 87)

Livro de visitas

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