A mágica da arrumação
Autor: Marie Kondo (1985 - ), escritora japonesa
Gênero: Auto-ajuda?
Ano: 2015

Encontrei esse livro na estante da minha irmã e resolvi dar uma olhadinha. Naquela époc, eu estava de visita em São Paulo e minhas coisas estavam em um depósito em Barcelona; já fazia alguns anos que eu estava vivendo de forma "nômade", mudando de casa e até de país de tempos em tempos sem a pretensão de fincar raízes, o que me fez refletir bastante sobre meus pertences (e sobre a maneira de organiza-los cada vez que eu tinha que fazer as malas e partir). Assim, mais do que "colocar ordem na minha casa" (como diz a capa), eu queria era colocar ordem na minha vida (material).
O livro é bem gostoso e fácil de ler e invoca uma atitude de mudança imediata (tenho o privilégio de ter um armário na casa dos meus pais onde guardo coisas que uso quando venho para SP ou levo quando fazem falta, e foi neste espaço que coloquei o que aprendi em prática.
Em tempos como o nosso, onde tudo é produzido para ser descartado, este livro nos convida a avaliar as coisas que guardamos, resgatando o valor dos objetos que nos rodeiam e o cuidado que devemos dedicar aos mesmos. Pessoalmente creio que pensar duas vezes antes de adquirir coisas novas seja tão importante quanto valorizar nossos pertences.
Alguns trechos do livro
“ A arrumação depende dos valores pessoais ligados ao modo como cada um deseja viver”. (p. 13)
- feng shui: só quando a casa está em ordem os móveis e objetos exercem seu poder.
“O efeito rebote acontece porque as pessoas acreditam que arrumaram absolutamente tudo, quando na verdade apenas guardaram as coisas. Organizar é mais que isso. Se você fizer da maneira certa, conseguirá manter o ambiente em ordem para sempre.” (p. 20)
Perfeição = olhar um item de cada vez; decidir se você joga ou não fora e onde guardá-lo.
Quando sentimos a necessidade de arrumar o quarto, é porque precisamos colocar outra coisa no lugar. A desorganização serve para nos distrair do verdadeiro motivo da desordem. Colocar a casa em ordem e identificar as questões com as quais estou evitando lidar para adotar um novo estilo de vida quando a casa estiver arrumada.
Vemos que não precisamos da maioria daquelas coisas. A organização deve ser iniciada pelo descarte.
Organizar por categorias de objetos e não por localização - nos faz perceber a quantidade de ítens repetidos que possuímos.
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Organização como um acontecimento especial & organização diária.
Antes de tudo, definir a meta. Qual a motivação para decidir organizar as coisas? Qual o objetivo? (estilo de vida). Imaginar com detalhes como quer sentir-se em casa.
- perguntar o por quê (e a resposta final provavelmente será a busca pela felicidade…)
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Segurar cada item e pensar: isso me faz feliz?
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Organizar por categorias.
-começar por ítens de menor importância. É difícil quando se trata de objetos funcionais (úteis), informáticos, de apego emocional ou raros.
Ordem: roupas, livros, papelada, variados, itens de apego emocional.
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arrumar suas coisas antes de reclamar da bagunça alheia. Arrumar provoca uma reação em cadeia (e também te deixa mais tolerante).
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avaliar com cuidado cada objeto é uma forma de autodiálogo através dos pertences.
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Discernimento - sabemos o que não nos interessa X criar argumentos que tornam o descarte impossível.
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entender o motivo pelo qual temos esse objeto. Quando adquiriu e por quê? Todo objeto tem um papel a desempenhar (e muitos já cumpriram sua função).
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“Ao reconhecer sua contribuição e ao abrir mão deles com um sentimento de gratidão você conseguirá colocar a sua casa - e a sua vida - em ordem.” (p. 56)
- Jogar fora objetos sem utilidade não é desperdício, é uma forma de aproveitar ao máximo as coisas importantes.
- Arrumar é divertido e é um rito de passagem para uma nova vida.
-Pensar nas peças que vão ficar, e não nas que vai descartar. “Que peças vão lhe dar alegria se permanecerem em sua vida?” (p. 61)
1ª categoria: ROUPAS. Começar pelas da estação seguinte (+ fácil). Juntar todas e escolher. Dobrar para ocupar menos espaço (e como forma de transmitir nossa energia).
- organizar as peças de + pesadas (casacos, vestidos, blazers à esquerda) para mais leves (direita)
- dobrar blusas e meias para que fiquem “de pé”. Enrolar as meias calças. Separar as roupas por material, e não por estação ou atividade.
- guardar uma bolsa dentro da outra para economizar espaço.
2ª categoria: LIVROS. Retirar todos, um a um, e perguntar se eles a fazem feliz.
3ª categoria: PAPELADA. Descartar o que não se encaixa em uma das três categorias: o que está em uso, o que será necessário durante um período de tempo, o que deve ser guardado para sempre.
- arquivar em “para guardar” ou “para resolver”. Subdividir “guardar” em uso frequente e uso raro.
4ª categoria: KOMONO (diversos)
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coisas inúteis que você guarda “porque sim”.
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presentes que não combinam: já cumpriram sua função quando foram presenteados.
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fios que não sabemos para que servem: descartar. Botões soltos, caixas de eletrodomésticos, aparelhos com defeito, amostras de cosméticos = descartar.
“Eu sei o que você está sentindo nesse momento, mas acredite: você vai ser capaz de se desapegar dessas coisas. A felicidade que sentiu ao comprá-las é o que conta. Não adianta mantê-los pensando no que você pretendia fazer quando as comprou.” (p. 94/95)
5ª categoria: ITENS DE VALOR EMOCIONAL
“ A idéia de joga-la no lixo desperta o medo de, com isso, percamos também a memória que ela carrega. Mas não se preocupe, memórias realmente valiosas nunca desaparecerão, nem mesmo se você se desfizer dos objetos relacionados a elas. Vivemos no presente e não podemos ficar presos ao passado, não importa quanto as coisas tenham sido maravilhosas.” (p. 96)
Manusear itens de valor sentimental é uma forma de processar o passado e zerar tudo para seguir em frente.
FOTOGRAFIAS: Selecionar só aquelas que nos fazem feliz e que podemos identificar.
“Não devemos celebrar as lembranças mas sim a pessoa que nos tornamos por causa das experiências que tivemos. Esta é a lição que os objetos de valor emocional nos ensinam quando organizamos.” (p. 101)
Reduzir as coisas até ter o “clique do suficiente” (satisfação e bem estar palpáveis). À medida que organizar e reduzir vai descobrir quais são seus valores mais profundos. O objetivo é escolher as coisas que lhe dão alegria e aproveitar a vida seguindo os próprios padrões.
Arrumando as coisas para ter uma vida sensacional
- definir um lugar específico para cada coisa
- organizado = com um olhar sabemos o que temos
- concentrar os pertences de uma pessoa em um só lugar
- organizar as coisas horizontalmente (uma ao lado da outra). Permitir o acesso a todas, sem termos que nos preocupar com a frequência de uso.
- utilizar caixas de sapato para acondicionar e ordenar objetos.
-cuidar das coisas com carinho para motiva-las a nos ajudar. Organizar = encontrar um lar para os pertences.
- organizar é um modo de perceber do que realmente gostamos
- “Mágica da arrumação” = mudanças que a organização traz na nossa vida; adquirimos segurança com relação à capacidade de decisão (decisão = confiança em si próprio)
- razões que nos levam a não desapegar: apego ao passado ou medo do futuro. A melhor maneira de saber o que queremos é nos livrando do que não queremos.
Pessoas ficam mais saudáveis depois da arrumação.
“No passado, nunca ficavam satisfeitos e sempre queriam coisas novas; depois de selecionar e manter somente o que adoravam, passaram a sentir que tinham tudo o que precisavam.” (p. 157)
“A vida começa depois que a casa está em ordem.” (p. 157)