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Senza Fine - Ornella Vanoni
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Norte da Itália

2006/2007 

        Desde São Paulo cheguei a Milano e não quis ficar muito tempo porque era outra metrópole, mas o ponto alto foi ver a estátua de Leonardo Da Vinci e algumas de suas esculturas (ou réplicas). Estive algumas vezes em Gênova, cidade espremida entre o mar e a montanha que abriga o Violino Vermelho de Paganini; visitei Cinque Terre, região cara mas muito simpática da costa da Liguria; fui à Verona visitar a minha família e conhecer a casa que supostamente pertenceu à família de Julieta... Porém, foi em Bologna que passei mais tempo. Me apaixonei pela cidade, com seus pórticos (sendo especialmente belos os que levavam à Basilica de San Luca), suas cinco portas e diversas praças, cada qual com uma atmosfera diferente. Sendo uma cidade estudantil, possuía um clima boêmio, artístico e intelectual muito interessante o que, ao mesmo tempo, dificultava conseguir trabalho, já que a concorrência era grande. Nesta época, eu ainda não era cozinheira e viajava com pouco dinheiro, de forma que ainda desejo voltar à Itália para comer e beber como se deve fazer! Mas foi uma ótima (primeira) experiência de construir uma vida nova em um lugar totalmente desconhecido.

Foi a primeira vez que estive na Europa, que fiz uma viagem longa e que estive sozinha. Assim, desbravar o velho continente foi também uma expedição de autoconhecimento. Tudo me surpreendia: encontrar construções tão antigas (já que no Brasil, tudo data de 1500 em diante), a quantidade de monumentos na rua, o presunto cru ser barato, pegar bonde e trem, a sensação estranha de não poder me comunicar direito... Descobri que não queria fazer mochilão: preferia ficar no mesmo lugar, me misturar com as pessoas locais, aprender seu idioma e sua forma de viver o dia-a-dia.

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